Por Diário do Comércio – 15/05/2018
Os embarques de suco de laranja do Brasil, maior exportador global da commodity, cresceram 30% no acumulado da atual safra 2017/18 até abril, puxados pela recuperação de safra e pelas compras dos Estados Unidos, cuja oferta doméstica está mais restrita, informou ontem a CitrusBR.
De acordo com a associação que reúne os exportadores, o Brasil vendeu entre julho e abril 941,4 mil toneladas de suco de laranja concentrado, congelado equivalente a 66 graus brix (FCOJ equivalente), ante 723,1 mil toneladas em igual período do ciclo anterior.
Em faturamento, as exportações somaram US$ 1,716 bilhão de dólares, crescimento de 31%. Conforme a CitrusBR, esse desempenho deve-se em “boa parte” aos Estados Unidos, cuja produção menor na Flórida obrigou o país a importar mais. No acumulado da temporada, os norte-americanos já compraram 256,2 mil toneladas de FCOJ (alta de 69%), um recorde para esse período de dez meses.
Para a União Europeia (UE), principal mercado para as exportações de suco de laranja brasileiro, a demanda até agora foi de 558,7 mil toneladas, 22% acima das 458,9 mil toneladas embarcadas em igual momento do ano passado. Quanto ao Japão, principal destino da Ásia, as vendas somam até agora 40,6 mil toneladas (alta de 41%). Para a China, as exportações avançaram 19%, para 30,1 mil toneladas.
De acordo com o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, o ritmo nas exportações brasileiras também reflete uma base de comparação baixa, uma vez que houve restrição de oferta na temporada anterior.”A baixa na produção durante a safra 2016/2017, uma das menores da história continua, sem dúvida, influenciando no ritmo de alta da safra corrente”, destacou, em comunicado. O ciclo 2016/17 foi afetado por problemas climáticos, de modo que a produção na atual temporada cresceu mais de 60%.
O efeito da restrição de oferta da safra passada nas exportações atuais pode ser notado quando se compara os números com duas safras anteriores (2015/16), antes dos problemas derivados da pouco oferta de fruta, destacou a associação. Nesse comparativo, o aumento no período é de apenas 3%. “Essa análise nos sugere que a alta nas exportações, mesmo sendo uma boa notícia para setor, precisa ser olhada com cautela”, ponderou Netto.