EMBRAPA – 06/04/2020
O Anuário do Café 2020, publicação da revista Campo & Negócios, traça um amplo panorama da performance da cafeicultura brasileira no ano de 2019 e, ainda, apresenta projeções para o mercado de café. Além de dados da produção, a publicação traz matérias sobre outros temas relevantes do setor, como análise de custos e de rentabilidade, perfil produtivo das principais regiões produtoras, dados sobre o mercado de café, exportações, cafés especiais, projeções da cafeicultura até 2029 e outros temas ligados à cadeia produtiva dos Cafés do Brasil.
Neste contexto, o Anuário destaca o recorde histórico alcançado pelo Brasil nas exportações em 2019, ano em que o País exportou 40,6 milhões de sacas de 60kg de café, volume físico 13,9% maior que o total exportado em 2018. A receita cambial com essas exportações de 2019 alcançou US$ 5,1 bilhões, com preço médio de US$ 125,49 a saca. Um total de 128 países importaram os Cafés do Brasil, sendo 32,6 milhões de sacas de arábica, 3,9 milhões de robusta, 3,98 milhões de café solúvel e 24,4 mil sacas de café torrado e moído. Vale destacar ainda que todos os tipos de cafés tiveram aumento no volume das exportações em 2019.
Estabelecendo um comparativo das exportações do volume físico com a performance de 2018, é possível constatar que o café robusta apresentou um expressivo crescimento de 59,5%, enquanto que o café arábica cresceu 11%, o café solúvel teve incremento de 6,9% e o café torrado & moído um aumento de 27,2%. Ao atender à crescente demanda global no período objeto desta análise, o Brasil manteve sua posição de liderança no agronegócio café, sendo responsável por aproximadamente um terço da produção mundial. Ou seja, de cada três xícaras de café consumidas no mundo uma é brasileira.
O Anuário do Café 2020 também apresenta projeções para o agronegócio do café para esta década que se inicia, o qual aponta que haverá um crescimento médio anual de 2% no consumo mundial até 2030, ano em que a demanda deverá atingir em torno de 210 milhões de sacas – ponto médio da projeção. Assim, para manter o seu market share, o Brasil terá que elevar a sua produção para pelo menos 70 milhões de sacas por ano, o que exigirá renovação de parte do parque cafeeiro, além de mais investimentos em pesquisas e transferência de novas tecnologias.
Com relação especificamente aos dados da produção, o Anuário do Café 2020 destaca que a bienalidade negativa, fenômeno que alterna um ano de safra maior com outro de menor produção, ocorrida em 2019, foi o principal responsável pela diminuição da produção brasileira, se comparada com a safra de 2018. Em contraponto, a exceção foi Rondônia que apresentou uma redução de apenas 1,8% na área de produção, mas registrou uma elevação de 11,1% no volume físico produzido, ao atingir 2,2 milhões de sacas de café conillon, com uma produtividade média de 35,05 sacas por hectare.
Vale destacar que Minas Gerais, maior estado produtor de café do País, manteve a liderança na produção nacional em 2019, com a colheita de 24,5 milhões de sacas, a despeito desse volume colhido de sacas representar uma redução expressiva de 26,5% do total produzido no estado, em relação à safra colhida em 2018, devido à bienalidade negativa mencionada anteriormente.
O Anuário também destaca a elevação ocorrida na exportação brasileira de cafés especiais. Tais vendas ao exterior desse tipo de café, em 2019, apresentaram um crescimento de 23,4%, se comparadas com 2018, e atingiram quase 7 milhões de sacas de 60kg, volume que representou 18,6% de toda a exportação da cultura nesse ano. Outro destaque apontado no documento, ora objeto desta análise, foi a receita cambial obtida com a exportação dos cafés especiais, os quais geraram US$ 1,1 bilhão em 2019, o que representou 23,5% do total da receita gerada com as exportações dos Cafés do Brasil nesse ano.
Para acessar todo o conteúdo do Anuário do Café 2020 e fazer a leitura de todos os seus artigos na íntegra, acesse o Observatório do Café no portal do Consórcio Pesquisa Café. Além do referido Anuário, o Observatório do Café, coordenado pela Embrapa Café, oferece diversas publicações científicas sobre temas ligados à cadeia produtiva do café, bem como dados periódicos sobre a Conjuntura Mundial, Safras e Estoques, Tendências de Consumo e Estatísticas, Exportações e Cotações.