Boletim Econômico: Falta de matéria-prima e carga tributária são alguns dos desafios das indústrias de Rio Branco

Indústria de alimentos de Rio Branco foram pesquisadas

Falta de matéria-prima, concorrência desleal e elevada carga tributária são alguns dos desafios das indústrias de Rio Branco enfrentados em 2023. As informações aparecem no Boletim de Conjuntura Econômica produzido pelo Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre, em parceria com pesquisadores e bolsistas da Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (Fundape).

Confira o estudo completo aqui. 

Esta semana, o boletim traz um diagnóstico da indústria de produtos alimentares da capital acreana. As informações coletadas são de natureza qualitativa/quantitativa e resultaram do levantamento direto realizado com base em questionário próprio. As entrevistas foram realizadas diretamente nos estabelecimentos industriais entre fevereiro e março. Todos os informantes são sócios proprietários e/ou gerentes das empresas.

O questionário foi aplicado em 20 indústrias filiadas ao Sindicato da Indústria de Produtos Alimentares (Sinpal), que representam mais de 70% do emprego direto gerado pelo segmento industrial de alimentos no estado, conforme informações cadastro de indústria da Federação das Indústrias do Acre (Fieac).

As indústrias atuam com os seguintes produtos alimentares: café, alimentação animal, poupas de frutas, cerveja, pães, frigorífico, leite e derivados, bebidas não alcoólicas, água de coco, laticínios, agroextrativismo, doces, hortaliças e hortifruti, fabricação de refrescos e alimentos naturais.

Do total de indústrias pesquisadas, cerca de 25% reclamaram que a concorrência desleal foi o maior problema enfrentado em 2023. Já para 18% foi a falta de matéria-prima, outros 13% apontaram a carga tributária elevada e a logística com principal problema. Empresas informais geralmente não pagam os tributos e isso dificulta sobremaneira a sobrevivência daqueles que trabalham devidamente legalizados.

Sobre o perfil das empresas, observou-se que 60% são do tipo Limitada (LTDA); 30% são optantes do Imposto Simples (Simples); 5% são Microempreendedores Individuais (MEI’s) e 5% Empresas Individuais (EI’s).

Faturamento e geração de emprego

Essas indústrias estão atuando há cerca de 19 anos em média no mercado. O faturamento médio mensal foi de R$ 850 mil. O maior valor de faturamento mensal encontrado foi de R$ 4 milhões e o menor de R$ 5 mil.

Sobre os postos de emprego com carteira assinada, a média é de 676 postos de trabalho. Deve-se destacar que se encontrou empresas com mais de 200 funcionários contratados, enquanto outras operam com apenas 1 funcionário.

Os números referentes a empregos gerados e faturamento evidenciam que a indústria de alimentos é o segmento industrial mais importante dentro da indústria de transformação de Rio Branco. No total da indústria de transformação, o segmento de alimentos só fica atrás da indústria de construção civil, quando se considera empregos e faturamento.

A pesquisa também apontou que mais da metade da amostra trabalha com serviços terceirizados, ou seja, funcionários, setor jurídico, contábil, tecnologia, segurança do trabalhador e mídias sociais, todas essas atividades contratadas de forma temporária.

Quanto à média de salários pagos pelas empresas, os funcionários recebem cerca de R$ 2,3 mil.

Mercado consumidor

Os pesquisadores questionaram ainda os empresários sobre os destinos de vendas e exportações dos produtos alimentares. Cerca de 80% das empresas informaram que suas vendas não se restringem ao mercado rio-branquense.  São distribuídos da seguinte forma:

  • 35% vendem para outros municípios acreanos
  • 25% para outros estados
  • 20% para outros países.

Sobre as empresas exportadoras, destaca os seguintes compradores:

  • 28,6% – são da Bolívia
  • 16% – do Peru

De acordo com as evidências geradas, os empresários estão confiantes em relação ao desempenho da economia brasileira e do Acre. Do mesmo modo, a confiança em relação às suas próprias empresas também está elevada. Provavelmente essa confiança explique as pretensões de novos investimentos.

É que 65% dos entrevistados indicaram que farão investimentos nos próximos meses; 40% provavelmente farão; e 25% definitivamente farão, o que pode significar aumentos de emprego, renda e impostos no futuro.

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