Boletim Econômico: mercado de créditos de carbono e efeitos econômicos da cheia de 2015 são analisados em estudo

O Fórum Empresarial do Acre segue com a divulgação da 2ª edição do Boletim de Conjuntura Econômica. Desta vez, os doutores em economia da Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (Fundape) fizeram uma análise do mercado de créditos de carbono e os efeitos da cheia histórica do Rio Acre em 2015 na economia local.

Confira na íntegra a 3ª parte do estudo

O estudo foi feito pelos professores Carlos Franco e Rubicleis Silva. Essa é a terceira parte da 2ª edição do boletim econômico divulgado pelos especialistas. Para uma melhor leitura e compreensão, as edições dos estudos são divulgadas semanalmente em partes.

O mercado de créditos de carbono é uma iniciativa internacional de proteção ambiental que busca incentivar as empresas e organizações a reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa e, assim, se tornem mais sustentável.

Carlos Franco, autor da análise do mercado de créditos de carbono, pontua que a abordagem da pesquisa diz respeito de como surgiu a discussão, os conceitos e principais acordos e debates internacionais sobre o assunto. “É um mercado que está em crescimento, a questão ambiental é muito forte, vai receber muitos investimentos, principalmente na região amazônica, e esse mercado está sendo estruturado e tem uma perspectiva muito interessante de crescimento do volume de recursos na economia do Acre para os próximos anos”.

 

Eventos extremos

Em 2015, o Rio Acre atingiu a maior marca já registrada, 18,40 metros, na capital acreana. Só em Rio Branco, mais de 50 bairros foram atingidos, 9,2 mil pessoas ficaram desabrigadas e mais de 86 mil habitantes foram afetados diretamente.

No interior, o manancial transbordou e alagou as cidades de Epitaciolândia, Brasiléia, Xapuri e Porto Acre. Em Brasileia, por exemplo, mais de 80% da cidade ficou embaixo d’água, a parte comercial do município teve grande perda de mercadorias, estabelecimentos ficaram inundados e centenas de pessoas desabrigadas.

Em Xapuri, as águas inundaram pontos históricos, como: a casa e o memorial de Chico Mendes. Praças, hospitais, igrejas, centro comerciais e casas ficaram alagadas.

Além do Rio Acre, os rios Iaco e Tarauacá também transbordaram na época afetando várias famílias.

O professor Rubicleis Silva destaca no estudo que os eventos extremos, como secas e enchentes, são os principais gargalos no desenvolvimento da economia acreana porque estão se tornando cada vez mais frequentes e com uma intensidade maior. O especialista explica que, ao longo dos anos, municípios foram praticamente destruídos pelas cheias dos rios, o que impacta na produtividade do trabalho e do capital.

“Como a economia acreana é, relativamente, pequena, não tem fôlego para se reerguer no curto e médio prazo. Hoje, um dos principais problemas econômicos que temos é justamente o impacto dos eventos extremos, contudo, não estamos dando a atenção necessária para esse novo problema que o século XXI nos apresenta”.

 

 

 

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