Por Portal da Cidade Paranavaí – 24/11/2018
Maior exportador de fécula de mandioca do mundo, a Tailândia ainda engatinha quando se trata de tecnologia no campo para a cultura. “Ainda usamos muita mão-de-obra na agricultura. A colheita da mandioca é artesanal. O Brasil está bem à frente nesta questão”, explicou o empresário Somsak Navaburapakul, um dos integrantes do grupo de agroindustriais da Associação Tailandesa de Produtores de Amido de Mandioca (TTSA, sigla em inglês de Thai Tapioca Startch Association), que esteve em Paranavaí esta semana. Os tailandeses vieram em busca de tecnologia e participaram da reunião mensal da ABAM (Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca).
Nesta viagem ao Brasil, os tailandeses tiveram como foco principal conhecer um implemento para colheita de mandioca, lançado recentemente por uma empresa brasileira. A colheitadeira foi apresentada na Feira Internacional da Mandioca (FIMAN), realizada esta semana, de terça a quinta-feira (20 a 22 de novembro), no Parque Costa e Silva, em Paranavaí. Os agroindustriais da Tailândia buscaram informações pormenorizadas do equipamento.
A TTSA quer estreitar as relações com o Brasil, que começou em 2000, quando um grupo de feculeiros brasileiros visitou o país asiático. Nos anos seguintes, outras missões econômicas foram feitas à Tailandia. Agora a intenção é intensificar estas relações. Na avaliação de diretores da ABAM, o Brasil tem o que ensinar e o que aprender com os asiáticos.
AUMENTO DE PRODUTIVIDADE – Na reunião da ABAM, Navaburapakul apresentou números referentes a produção de mandioca e da fécula na Tailândia, deixando claro que o país tem aumentado a produtividade, especialmente nos últimos dez anos. A Tailândia exporta 80% de sua produção de fécula.
O presidente da ABAM, Valter de Moura Carloto, lembrou, durante a reunião, que o Brasil, em contrapartidam exporta menos de 1% de sua produção de fécula, e, por isso, o intercâmbio de informações e a troca de tecnologia interessam aos agroindustriais do dois países.
O tailandês, que falou em nome do grupo, convidou os membros da ABAM para uma nova visita ao seu país. Eles querem fazer intercâmbio, “trabalhar juntos” com os brasileiros, que, avaliam, têm muita experiência em cultivos em grandes extensões territoriais e dominam algumas tecnologias que interessam ao país asiático. Eles dizem que a indústria do agronegócio brasileiro tem know how para trabalhar com grandes produções, como a soja e o milho. “E é lógico que esta experiência avançou para a mandioca”, analisa Navaburapakul.
Mas não é só a experiência em trabalhar em grandes extensões territoriais e tecnologia no campo que interessa aos tailandeses. Eles também querem parceria com a área de pesquisa, especialmente com a Embrapa, que foi uma das instituições responsáveis pelo Dia de Campo da FIMAN, na quarta-feira, dia 21. Os tailandeses estiveram no evento e gostaram do que viram.
A Tailândia já mantem intercâmbio na área de pesquisa com a Colômbia e quer trabalhar com os brasileiros também. Eles acreditam que pesquisadores tailandeses e brasileiros podem atuar conjuntamente e desenvolver variedades mais produtivas para as condições dos dois países.
Carloto também está animado com a possibilidade de Brasil e Tailândia desenvolverem trabalhos de pesquisa em conjunto. “Temos que estabelecer estas parcerias para vencer os desafios de aumentar a produtividade”, disse ele. Para o presidente da ABAM, Brasil e Tailândia também tem o desafio comum de ter uma colheitadeira toda automatiza para reduzir os custos de produção.