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Indústria 4.0 ao alcance das PMEs

Por Simcha Neumarck – DCI – 25/05/2018

A digitalização da indústria já é uma realidade, podemos dizer inclusive que ela ditará o futuro da economia. O aumento do nível geral de conectividade entre pessoas e máquinas, por exemplo, gera um volume de dados muito expressivo. O processamento destas informações permite a implementação de chamada indústria 4.0, que garante o aumento de eficiência das cadeias produtivas.

Nesse contexto, considerando os novos parâmetros traçados para o mercado, vemos empresas em busca de novas tecnologias e maneiras de aplicá-las como garantia de crescimento sustentável. Recentemente, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) identificou um potencial de crescimento de 7% da margem de lucro em até dois anos, a cada 1% de crescimento no investimento em Tecnologia da Informação.

Esse processo de digitalização acontece de diversas formas, tanto em grandes empresas como também nas pequenas e médias (PMEs), transformando o modelo de se fazer negócios e melhorando alocação de recursos e eficiência dos processos.

Segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), todo esse desenvolvimento tecnológico tem o potencial de gerar R$ 73 bilhões por ano em ganhos de eficiência para o mercado do país, proporcionados pela otimização de resultados e lucros, redução do consumo de energia e manutenção de equipamentos.

Um exemplo de como podemos ampliar a visão sobre a digitalização da indústria e como essa sofisticação pode ser aplicada, é a melhoria das práticas de gestão do negócio. Há muitas oportunidades de aprimorar o setor financeiro de uma empresa. Sistemas de gestão empresarial oferecem mecanismos automatizados de controle de dados para uma visão completa sobre a operação, sendo uma ferramenta importante para embasar a decisão de gestores.

O ERP, como é chamado esse sistema, vem tendo mais adesões, tornando-se um item de necessidade para administradores, dado os benefícios que oferece. Para as PMEs, permite um grande salto no seu crescimento, por meios de soluções específicas para seu porte, tornando-as mais competitivas e com maior potencial de atuação nas cadeias produtivas.

O Brasil é o nono maior mercado de serviços de TI do mundo, segundo Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES – 2017). Pesquisas realizadas pelo Portal ERP com mais de 4.500 empresas que usam o sistema, identificou que 18% pretendia comprar novos módulos de automatização e 26% pretendiam investir em atualização desses sistemas, em 2017.

Uma visão ampla sobre a saúde financeira da empresa permite também a transformação de outros processos do setor contábil, como a concessão de crédito, algo comum na rotina administrativa e importante para aquecer a indústria, elemento crucial neste momento de retomada do PIB.

A inovação que essa conversão de mais informações permite no financiamento é uma análise muito mais apurada sobre o fluxo de caixa. Isso garante maior nível de previsibilidade para as operações de crédito, ou seja, uma análise de risco mais assertiva. Na prática, significa em empréstimo a taxas de juros menores para o cliente.

Concluímos, portanto, que a inovação consiste na busca por novas formas de resolução de problemas reais que permitam acelerar o crescimento das empresas. E o uso correto de todo o potencial que os dados oferecem é fator decisivo para essa melhoria de processos.

Simcha Neumark é CEO da Weel, fintech de antecipação de recebíveis para PMES

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