Por Arthur Igreja – Massa News – 16/04/2018
Bem-vindos ao novo espaço Empreendedorismo e Inovação que orgulhosamente compartilho com meu amigo e sócio Allan Costa do AAA!
Nossa primeira reflexão é sobre um equilíbrio delicado para que qualquer pessoa seja capaz de inovar, tanto em seu negócio ou em sua carreira. Trata-se de um delicado equilíbrio entre maturidade de conhecimento (repertório) e a ingenuidade quase infantil.
Quando nos deparamos com notícias sobre jovens extremamente bem-sucedidos e inovadores com suas startups, precisamos colocar dois pontos em perspectiva: eles são o ponto fora da curva do ponto fora da curva e certamente contam com grande experiência apesar da manchete querer provocar o contrário.
Sobre o primeiro ponto trago aqui uma pergunta que recebi quando discorria sobre a essencial importância da disciplina em qualquer profissão. Eu afirmava que não existem resultados milagrosos sem grandes esforços, e fui questionado ‘’ok, mas e o Ronaldinho Gaúcho que foi o melhor do mundo indo a festas e treinando pouco?’’
Respondi: ‘’para cada Ronaldinho Gaúcho existem milhares de jogadores esforçados e eu certamente não sou o Ronaldinho Gaúcho dos meus negócios, por isso me resta disciplina’’. O mesmo vale para as startups bilionárias, que são as exceções, autênticas “moscas brancas” que apontam tendências e lições relevantes, mas não servem de fórmula certeira de sucesso para grande parte dos negócios.
Segundo, mesmo com pouca idade, esses empreendedores, em sua maioria, começaram a aprender e empreender muito cedo, vários ainda no ensino fundamental, adquirindo competências essenciais para gerir um negócio. Experiência muito pouco tem a ver com idade, tem mais relação com o número de experiências em uma área do conhecimento. Existem profissionais com 70 anos com pouquíssima experiência e jovens de 25 anos que já empreenderam múltiplas vezes. O elo em comum é a fome e capacidade de aprender rapidamente muito acima da média.
Por fim, vale refletir que acumular e dominar muito conhecimento sobre uma área de negócio tende a cegar a capacidade de questionar. Ficamos com mais certezas e mais dificuldade de imaginar como esse modelo de negócio poderia ser radicalmente diferente. Por isso, em muitos casos, os inovadores são ‘’outsiders’’, ou seja, empresas e empresários de outros setores que olharam uma realidade estagnada com novos olhos, e é aqui que entra a inquietude infantil.
Inovar é, em essência, um exercício de questionamento, de insatisfação produtiva, de pensar como aquilo que está seguro, estável e funcionando ‘’bem” poderia ser incrivelmente melhor para o usuário final. O Uber não é um taxi um pouco melhor, é outra forma de ver o mundo.
Concluindo: grandes inovadores são profundos estudiosos e esforçados mas que conseguem manter um olhar com uma saudável dose de insegurança sobre suas certezas e sem cair no ‘’sempre fizemos desta forma e funciona’’. Além disso, conseguem fazer aquelas perguntas que apenas crianças que estão descobrindo o mundo são capazes de fazer e deixam os pais perplexos.
Até a próxima!