O Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre elaborou um estudo econômico sobre a necessidade de uma política de substituição de importações no estado acreano. Com a indústria fragilizada e produzindo pouco, o consumo de bens industrializados pelos acreanos atualmente é composto, basicamente, por produtos comprados/importados de outras praças/mercados.
O estudo aponta que isso faz com que o Fundo de Participação Estadual (FPE), a principal fonte de receita do estado, “entre no Acre por uma porta e retorne, via importações de industrializados, por outra”. O estudo completo pode ser conferido aqui.
Partindo desta premissa, o economista Carlos Estevão e a coordenadora Tíssia Veloso avaliaram a lista de produtos importados no Acre em 2023 disponibilizada pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz). Ao analisar esse banco de dados, verificou-se que possivelmente 30 produtos poderiam ser substituídos por produção local, ainda que parcialmente, após verificação da viabilidade de estruturação de indústrias no Acre.
Inclusive, observou-se que alguns dos produtos selecionados já existe produção local, mas os dados de entrada na Sefaz indicam que essa produção no território acreano poderia ser ampliada.
Os pesquisadores destacam também que outros produtos de fabricação considerada simples, que não constam na lista dos 100, poderiam ter seus potenciais de mercado analisados. Muitos deles, que Acre compra de outros estados, possuem possibilidades de fabricação local devido à baixa complexidade para suas fabricações e existência de matéria prima local.
A lista inclui, por exemplo, manteiga, absorventes, papel higiênico, bolachas e biscoitos, sabonetes, leite integral, xampu, produtos de beleza, maquiagem e conservação ou cuidados com a pele, iogurte, massas alimentícias, ovos frescos, dentre outros.
“Cabe salientar que a lista apresentada, apesar de sugerir a existência de potencial de mercado e alguma possibilidade de substituição por produção local, aponta, tão somente, para ideias de negócios”, pontuam.