Sua origem remete a países da região central da América, mais especificamente a ilhas como Cuba, Haiti e Porto Rico. Estima-se que sua chegada ao Brasil tenha ocorrido em meados do Século XVI, com plantações no Pará. Por lá, nativos começaram a explorar o fruto, das folhas as sementes e o resultado é utilizado até hoje para combater problemas de saúde como inflamações, dores nas articulações, relaxamento da musculatura, pressão alta, problemas cardíacos, além de ser um ótimo vermífugo, anticonvulsivo, estimulante digestivo e analgésico natural.
De sabor agridoce, seu consumo costuma ser associado apenas a fruta, da qual é possível produzir sucos e doces, ou simplesmente come-la in natura, mas engana-se quem pensa que é só isso. É comum o consumo através de chás feitos com as folhas da graviola, o que especialistas apontam ser mais efetivo quanto a um maior proveito de seus nutrientes, uma vez que é nas folhas onde há mais concentração dos princípios ativos que combatem
doenças.
“A graviola possui nutrientes importantes para a saúde do corpo, tem vários, é rica em cálcio, magnésio, potássio e ajuda a melhorar o funcionamento do intestino. Além disso, a fruta pode ser também uma ótima opção para ajudar na prevenção de diabetes, pois ela diminui a concentração de glicose no organismo”, destaca a nutricionista Joyce Gama.
Quimioterápico natural
Os poderes da fruta começaram a despertar a atenção da classe científica em meados dos anos 1970, quando o Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, comprovou que o poder “quimioterápico” da graviola sobre as células cancerígenas é até 10.000 vezes mais efetivo ao do composto chamado Adriamicina, uma das substâncias mais agressivas e responsável por destruir células e atualmente empregada na quimioterapia.
De acordo com Joyce Gama, o principal componente responsável pelo poder paliativo da fruta trata-se da Acetogenina, composto presente principalmente na árvore da graviola. “Estudos dizem que ela contém composto antioxidantes, mas são compostos preventivos, não curativos, tem que ter cuidado”, ressalta a nutricionista.
Os estudos que relacionam a graviola ao combate ao câncer seguem divergindo a comunidade científica. Se de um lado há quem ateste que ainda é cedo para comprovar a real eficácia da fruta no combate a células cancerígenas, uma parcela que atribui a Acetogenina o poder de manter as células saudáveis ilesas, enquanto ataca apenas as células contaminadas impedindo sua proliferação por 48 horas.
Consumo moderado
Embora seja fonte de vitaminas e nutrientes importantes para o nosso bem-estar, é necessário manter um consumo moderado da graviola. O uso exacerbado da fruta pode acarretar em alguns fatores prejudiciais a saúde.
Pesquisas divulgadas pelo Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, um dos principais centros médicos do mundo, mostram que os alcaloides extraídos da graviola podem provocar disfunções e degeneração neural, o que pode levar ao desenvolvimento da doença de Parkinson.
Além disso, o consumo excessivo da graviola pode fazer com que suas propriedades tenham uma reação química com fórmulas de medicamentos, geralmente relacionados ao controle da depressão, vasodilatação ou problemas que cardíacos, fazendo com que os efeitos aumentem ou diminuam no corpo. “Pessoas com problemas renais têm que fazer um controle no consumo, de preferência evitar, pois ela pode sobrecarregar os rins”, finaliza a nutricionista.
Por A Crítica – 21/05/2018
Um fruto típico das florestas tropicais começa a virar pra si os holofotes e despertar curiosidade ao redor do mundo. A graviola, também conhecida como sap sap ou até jaca-do-pará, esconde sob sua porosa casca verde uma verdadeira fonte de nutrientes com poderes que intrigam a ciência. Parte dessa popularidade surgiu quando pesquisadores constataram que a espécie pode se tornar uma ótima aliada no combate a células cancerígenas, e aumentou ainda mais graças a versatilidade que ela oferece quanto ao seu consumo.