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Pequenas empresas vão gerar 2/3 dos dois milhões de vagas em 2018

Por Gilson Jorge –A TARDE – 22/04/2018

A inovação responde apenas por 2% da riqueza gerada no Brasil, de acordo com um estudo publicado esta semana pelo Banco Santander. Mas isso está mudando gradualmente. A instituição acredita  que 2/3 dos dois milhões de empregos que devem ser criados este ano venham de pequenas empresas, com destaque para o setor de inovação. Aqui, a Associação Baiana de Startups (Abastartups) reconhece 104 empreendimentos no estado que apresentam soluções inovadoras.

“Algumas das empresas que foram criadas aqui já receberam propostas para se instalar em outros estados, mas decidiram ficar”, comenta o presidente da Abastartups, Eduardo Lobo. Pelo menos duas dessas empresas já receberam proposta de aquisição  (Use Telecom) ou convite para migrar para o Sudeste (Editora Sanar).

Algumas das empresas receberam propostas para se instalar em outros estados e decidiram ficar”.    Eduardo Lobo, da Abastartups 

A editora surgiu há quatro  anos com a finalidade de produzir material didático e de aperfeiçoamento para estudantes da área de saúde. O negócio, que começou em uma sala, hoje ocupa um andar inteiro de um prédio  no Caminho das Árvores, vendendo livros e cursos online para todo o Brasil.

Uma equipe de mais de 100 professores de diferentes universidades assina o conteúdo oferecido pela Sanar para estudantes de medicina, odontologia, enfermagem e outros cinco cursos correlatos. “Recebemos convite para ir para São Paulo, mas decidimos ficar aqui e ajudar a fortalecer o setor de inovação na cidade”, afirma Ubiraci Mercês, um dos sócios da empresa, que tem 78 funcionários (sendo 70 na capital baiana e oito em São Paulo) e está para contratar mais 25 em Salvador e cinco em São Paulo.

As vagas podem ser conferidas no site www.editorasanar.com.br/talentos.

Ex-funcionário da Sanar, Akira Takeda deixou o trabalho, com o apoio dos antigos patrões, e também o curso de engenharia civil, quando lhe ocorreu a ideia para um negócio próprio. Em viagem à Austrália, Takeda, que é filho de uma dentista, descobriu a existência de um produto para clareamento dos dentes que é vendido diretamente ao consumidor.

De volta ao Brasil, desenvolveu juntamente com o sócio Matheus Guerra uma receita própria, a partir do mesmo princípio ativo do dentifrício australiano, e lançou o Carvvo, uma pasta que se usa após  a escovação tradicional, e que se propõe a  substituir o tratamento para clareamento que em um consultório de odontologia normalmente fica em torno de R$ 1 mil.

“Hoje em dia, todo mundo quer ter um belo sorriso, e nós estamos focando nas classes C e D”, diz Takeda, cuja empresa também vende para outros estados por meio de e-commerce. “Somos pioneiros no Brasil”, orgulha-se.

Uma embalagem de 40 gramas  é vendida por R$ 97. Segundo a empresa, a quantidade é suficiente para 100 usos. “Com o uso duas vezes por dia, em duas semanas já se vê  o resultado. Depois, é só manutenção”, afirma Takeda. Ele garante que o produto é 100% natural e cujo grau de abrasividade é 88. O limite máximo de abrasividade para o Inmetro é 250.

A inovação deve ser uma das maiores responsáveis pela criação de novas empresas em todo o País” Maurício Molon, economista

Aposta em inovação

“A inovação deve ser uma das maiores responsáveis pela criação de novas empresas em todo o país. E nossa conclusão é que a atividade empreendedora pode ser responsável por quase 2/3 da geração de empregos esperados para 2018”, declara o economista-chefe do Santander, Maurício Molon.

Segundo o estudo, a composição das projeções de crescimento da economia brasileira este ano,  a partir da e evolução da atividade empresarial e pelo  tamanho das empresas, entre outros fatores,  leva à estimativa de que, dos dois milhões de novas vagas a serem criadas  em 2018 no país, mais de um milhão de vagas estão ligadas a empregadores que  trabalham por conta própria ou são microempresas.

De acordo com o estudo, esse número atinge 1,3 milhão quando se leva em conta também as posições que estão sendo abertas por  pequenas empresas. Ainda de acordo com o estudo, a abertura de novas empresas no Brasil está crescendo  a um ritmo de 12% ao ano.

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