A produção de café aumentou em 88% no Acre entre os anos de 2013 e 2022. Isso é o que aponta o Boletim de Conjuntura Econômica sobre o desempenho da produção do Café Conilon no Acre publicado pelo Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento nesta sexta-feira, 21, e elaborado por pesquisadores da Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino e Pesquisa e Extensão.
Confira o estudo completo aqui.
Os dados revelam que a quantidade de toneladas produzidas no estado tive um acréscimo de 88% no período analisado. O maior destaque em relação ao aumento na produção foi para os municípios de Cruzeiro do Sul, Feijó, Tarauacá e Plácido de Castro. Este desempenho vem acompanhado de uma série de técnicas, especialmente em novos plantios, que estimulam a produtividade, como por exemplo: uso de cultivares clonais em vez de seminais, conjugado com a adoção de irrigação e adubação para suprir adequadamente as necessidades hídricas e de nutrientes das plantas.
A pesquisa avaliou dados da produção, rendimento médio, áreas colhidas, entre 2013 e 2022.
Os principais destaques do trabalho são:
✔️O Acre é o 2⁰ maior produtor de café da Região Norte
✔️O estado teve uma variação positiva de 88% na produtividade e de 130% rendimento médio na cultura do café
A cafeicultura brasileira tem desempenhado um importante papel na produção e comercialização internacional. Nesse sentido, considerando a alta demanda do mercado internacional, o Brasil deve ficar atento às variáveis que geram oscilações na oferta. Dentre as maiores preocupações a serem inseridas na agenda do mercado brasileiro do café, deve-se às condições climáticas dos principais produtores.
A previsão de continuidade de padrões climáticos desfavoráveis mundo à fora intensifica a importância do monitoramento constante para compreender e enfrentar os desafios iminentes no setor cafeeiro.
No Acre, essa cultura tem importância pelo crescimento da sua capacidade produtiva, pela viabilidade econômica e grande possibilidade de geração de emprego e renda tanto nas cidades como no campo. Os dados revelaram que no período analisado, a produção de café tem aumentado de modo significativo no estado, especialmente, de café robusta.
A preferência por este tipo no estado ocorre em função de características climáticas favoráveis para o seu desenvolvimento e a colheita. Neste sentido, a região do Juruá tem assumido a vanguarda na produção e comercialização deste produto, com destaque para as cidades de Cruzeiro do Sul, Feijó e Tarauacá. Detectou-se uma tendência de adoção de tecnologias nos novos plantios que vem ocorrendo nesses municípios, o que contribui para diminuir os custos e elevar o valor da produção, média de rentabilidade daqueles que trabalham com esta cultura em seus variados canais de comercialização.
Para solucionar estes problemas, são requeridos investimentos em assistência técnica, extensão rural, garantia de acesso aos mercados e espaços públicos de comercialização, investimentos na recuperação e manutenção de ramais para melhorar o escoamento, na organização de produtores de modo individual ou em cooperativas/associações.
Os principais canais de comercialização do estado são os intermediários, a venda direta para redes varejistas (supermercados), mercados municipais, feiras livres, as Agroindústrias e Cooperativas. Cada um desses agentes, tem suas características, funções, riscos e necessidades específicas para o transporte, melhor acondicionamento, escala de comercialização, dentre outros. No caso do Acre, percebeu-se alguns investimentos que vêm sendo feitos cooperativas e associações no sentido de dar maior expansão da capacidade de processamento de café. Caso essa tendência evolua, poderá contribuir para encurtar a cadeia de comercialização, beneficiando os produtores com melhores preços.
Quando os produtores se inserem em associações ou cooperativas, ganham maior eficiência técnica e econômica, aumentando o seu poder de negociação nos mercados em que atuam. Para este segmento de pequenos e médios produtores este caminho pode ser uma via de acesso aos mercados, às linhas de crédito, novas tecnologias voltadas a melhorias no produto, além de negociar melhores preços no mercado.
Faz-se necessário o uso de tecnologias adequadas para desenvolver a cultura cafeeira no estado. São necessários estudos e investimentos em melhores técnicas de plantio, armazenamento de grãos, industrialização, comercialização com o exterior, previsão e de ações efetivas para a ocorrência de mudanças climáticas. Também são necessárias políticas efetivas para a aquisição de novos equipamentos e métodos de processamento, resultar em cafés de melhor qualidade e com maior valor agregado desta cultura.