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Soja fecha em queda nesta 2ª feira em Chicago e desaquece ainda mais ritmo das vendas no BR

Por Carla Mendes – NOTICIAS AGRÍCOLAS – 24/04/2018

Os negócios com a soja no mercado brasileiro deram início à semana de forma bem lenta e com operações pontuais nesta segunda-feira (23). Embora o dólar tenha registrado um dia de recuperação frente ao real, os futuros da oleaginosa recuaram de forma significativa na Bolsa de Chicago neste pregão.

Entre as posições mais negociadas, as baixas ficaram entre 6,75 e 8 pontos, com o maio/18 cotado a US$ 10,20 e o agosto/18 a US$ 10,34 por bushel.

Com esses patamares, as referências nos portos do Brasil voltaram à casa dos R$ 85,00 por saca e o valor já não é mais o alvo dos vendedores, que esperam algo próximo, no mínimo, dos R$ 87,00 por saca para voltarem às vendas, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Ainda de acordo com especialista, a safra 2017/18 teve sua comercialização avançando muito bem nas últimas semanas e agora a retenção dos produtores acaba sendo natural e compreensível.

“Quem já vendeu, vai usar o restante como ativo financeiro, ou parceladamente para pagar parte de suas dívidas, como dívidas de insumos, e voltar, de repente, a vender no final do ano”, diz. “E os portos estão abarrotados de soja, devemos ver os próximos dois meses com mais de 10 milhões de toneladas sendo embarcadas com produto já negociado”, completa.

Bolsa de Chicago

O mercado internacional chegou a, no início dia, testar algumas tímidas altas, em um movimento técnico, porém, logo voltou a realizar lucros, liquidando boa parte de suas posições. Parte da pressão veio dos números fracos dos embarques semanais norte-americanos reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Na semana encerrada em 19 de abril, os EUA embarcaram 470,817 mil toneladas, enquanto os traders esperavam por algo entre 300 mil e 600 mil toneladas.

“Os embarques vieram fracos e o mercado veio liquidando. Os números distanciaram ainda mais, com esse volume, o total já embarcado da meta de exportações do USDA para o ano comercial (de 56,2 milhões de toneladas)”, disse o consultor.

Dessa forma, para Brandalizze, os preços da soja já se mostram mais próximos dos US$ 10,00 do que os dos US$ 10,50 por bushel.

E a falta de direção e de novas informações fortes que possam mudar a movimentação das cotações permanece, segundo informam analistas internacionais.

“As tensões entre EUA e China seguem limitando uma melhor evolução dos preços. No entanto, daqui para frente, o ponto central será o comportamento do clima na fase de plantio e desenvolvimento da safra norte-americana”, diz o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.

Ainda como explica Vlamir Brandalizze, as previsões atualizadas começam a mostrar uma normalização das condições para o Meio-Oeste americano em maio, mês em que se inicia efetivamente o plantio da soja e quando será possível compensar o leve atraso registrado na semeadura do milho em função do frio intenso.

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