VALOR – 31/01/2020
A taxa de desemprego no Brasil foi de 11% no quarto trimestre de 2019, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa uma redução da taxa em relação ao terceiro trimestre de 2019 (11,8%) e também do mesmo período do ano anterior (11,6%). O dado também ficou ligeiramente melhor do que a mediana das projeções de analistas ouvidos pelo Valor Data, que apontava para uma redução da taxa para 11,1% no último trimestre de 2019.
O movimento reflete a redução do número de desempregados (pessoas que procuraram emprego, sem encontrar). Eram 11,632 milhões de brasileiros em busca de emprego no quatro trimestre de 2019, 7,1% abaixo do terceiro trimestre de 2019 (883 mil pessoas a menos na fila). Frente a igual período de 2018, o número de desempregados mostrou redução de 4,3%.
Isso foi possível porque o total de pessoas ocupadas (empregados, empregadores, trabalho por conta própria, formais ou informais) chegou a 94,552 milhões, aumento de 0,8% frente ao terceiro trimestre de 2019. Neste caso, são mais 751 mil pessoas ocupadas. Frente ao mesmo período de 2018, o contingente cresce mais robustamente, em 2%.
Já a força de trabalho nacional, que é composta pela combinação de ocupados e desempregados, estava em 106,18 milhões de pessoas no quarto trimestre. Trata-se de uma queda 0,1% frente aos três meses anteriores (algo que joga favoravelmente à redução da taxa de desemprego) e 1,2% acima de igual período de 2018.
O IBGE também divulgou a taxa média de desemprego do ano de 2019, que foi de 11,9%, abaixo da registrada no ano anterior (12,3%). Foi a menor taxa média de desemprego desde 2016 (11,5%).
Renda média
O rendimento médio real dos trabalhadores (considerando a soma de todos os trabalhos) foi de R$ 2.340 no quarto trimestre de 2019, 1% acima dos três meses imediatamente anteriores (julho a setembro) e alta de 0,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Dos dez grupamentos de atividades profissionais acompanhados pelo IBGE, oito tiveram ganho real de renda no período. Os destaques positivos na renda, frente ao terceiro trimestre, foram agricultura (alta de 3,6%); alojamento e alimentação (crescimento de 2,6%); e serviços de imobiliários e administrativos (avanço de 2,2%).
Na média de 2019, a renda mostrou alta de 0,4%, com salário de R$ 2.330 (rendimento habitual).
A massa de rendimento real habitualmente recebida (dado que soma todos os salários) cresceu para R$ 216,262 bilhões no quarto trimestre de 2019, 1,9% acima do terceiro trimestre de 2019 e 2,5% maior do que no mesmo período de 2018.
Para a atividade econômica, o avanço da massa salarial sinaliza aumento da capacidade de consumo das famílias.