JORNAL DA USP – 18/11/2019
Na manhã de hoje, dia 18 de novembro, a Escola Politécnica (Poli) e a Academia Nacional de Engenharia (ANE) promoveram o workshop Engenharia e Desenvolvimento do Brasil, que reuniu pesquisadores, engenheiros e estudantes para discutir o processo de desindustrialização do Brasil e o papel dos engenheiros no desenvolvimento do País.
“Depois da Segunda Guerra Mundial, os engenheiros perderam um pouco do seu protagonismo na sociedade e isso comprometeu o desenvolvimento de diversos países, inclusive o Brasil. Temos que mudar isso se quisermos crescer. O engenheiro é um profissional do desenvolvimento por excelência”, lembrou o reitor Vahan Agopyan, na abertura do evento.
O presidente da ANE, Francis Bogosian, apresentou os objetivos da instituição e falou sobre a situação da engenharia nacional. “Não há desenvolvimento de uma nação sem engenheiros e também não há futuro para a engenharia sem uma política desenvolvimentista. Vivemos um período atribulado e não há perspectiva de grandes investimentos públicos em obras a médio prazo. Mas é nos momentos de crise que temos de somar forças. Políticos e sociedade civil precisam se unir para promover uma mudança radical no País, além dos interesses políticos, partidários e pessoais”, defendeu Bogosian.
Em seguida, o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira deu uma palestra sobre o Novo desenvolvimento brasileiro: impacto sobre a indústria nacional e explicou como a teoria neoclássica passou a ser preponderante no final da década de 1970. O ex-ministro da Fazenda também traçou um paralelo entre o impacto do liberalismo econômico no desenvolvimento dos países ocidentais, inclusive do Brasil, e o crescimento econômico da China nas últimas décadas.
A diretora da Poli, Liedi Legi Bariani Bernucci, encerrou o workshop reforçando a importância da engenharia como agente transformador e apoiador da sociedade. “Estamos enfrentando um novo momento e precisamos mudar a nossa visão. Temos que voltar o desenvolvimento da engenharia para a preservação da vida humana, colocar a inteligência para monitorar barragens, para melhorar o bem-estar da humanidade, da sociedade e da própria engenharia. Estamos na engenharia 4.0 e precisamos abrir essas novas fronteiras e nos reinventar”, ressaltou.