Viajar para tratamento de saúde ainda é o principal motivo dos acreanos para sair do estado. Isso é o que mostra o Estudo Econômico do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2023, após o fim da pandemia, o número de viagens por esse motivo chegou a 35% no estado acreano.
O estudo completo pode ser conferido aqui.
As viagens por motivo de saúde passaram de 20% em 2020, de 25,9% em 2021 e 35% em 2023. Em função da pandemia de Covid-19 em 2022 não foi realizado a coleta do módulo turismo da PNAD Contínua.
“Esse aumento nas viagens por motivos de saúde sugere uma continuidade das demandas acumuladas durante a pandemia, assim como uma recuperação mais lenta no acesso a serviços de saúde no estado. As visitas a familiares e amigos também continuaram a diminuir, caindo para 26,3% em 2023, enquanto as viagens classificadas como “outros motivos” permaneceram relativamente estáveis em 11,1%. Esses dados sugerem que, embora haja uma retomada das atividades de lazer e sociais, as questões de saúde ainda desempenham um papel predominante nas viagens realizadas pelos moradores do Acre”, diz o estudo.
Ainda conforme o estudo, o acreano é o que menos viaja no Brasil. Há dois motivos que justificam o dado:
- Alto Preço das passagens aéreas
- Renda Per Capita do Acre é uma das menores do país
“O aumento nos gastos per capita sugere que, apesar do número menor de viagens, as que foram realizadas tiveram um custo mais elevado, possivelmente devido à necessidade de viagens de longa distância para tratamentos de saúde e à pressão inflacionária”.
Sobre a pesquisa
A PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) é uma pesquisa realizada pelo IBGE que visa investigar, de forma contínua, uma série de aspectos socioeconômicos da população brasileira. Entre seus diversos módulos, o Módulo de Turismo tem como objetivo captar informações detalhadas sobre os deslocamentos turísticos dos brasileiros com foco em viagens domésticas e internacionais, além de fatores relacionados, como os motivos das viagens, os meios de transporte utilizados e os destinos mais frequentes.
Especificamente nos anos de 2019, 2020, 2021 e 2023 este módulo capturou dados cruciais sobre o comportamento do turismo no Brasil, permitindo uma análise detalhada do impacto da pandemia de Covid-19 no setor e sua recuperação nos anos subsequentes. A coleta de dados inclui informações sobre o perfil dos viajantes, frequência das viagens e a razão dos deslocamentos, o que permite mapear as tendências do turismo no país e identificar possíveis gargalos e oportunidades.
Este levantamento é essencial para a formulação de políticas públicas no setor turístico, pois permite aos gestores compreenderem o perfil dos turistas brasileiros e internacionais, avaliar o impacto econômico do turismo nas diferentes regiões do país e identificar áreas com potencial de crescimento. Com base nos dados da PNAD Contínua Módulo Turismo, o governo pode:
- Desenvolver estratégias para a promoção do turismo doméstico e internacional.
- Identificar as necessidades de infraestrutura em regiões que têm recebido um aumento no fluxo turístico.
- Monitorar o impacto da pandemia e outras crises no setor de turismo, avaliando o nível de recuperação e identificando os grupos mais afetados