A capital Rio Branco registrou a segunda maior inflação do ano, 0,92%. Isso é o que mostra o Estudo Econômico com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, e do painel de indicadores. Essa alta inflação coloca Rio Branco como a capital brasileira com o pior desempenho inflacionário do país. Já a inflação nacional subiu 0,39% em novembro.
O estudo completo pode ser baixado e lido aqui.
Ainda conforme o estudo, a inflação em Rio Branco em novembro foi marcada por uma complexa interação de fatores, com quedas de preços em alguns produtos essenciais como cebola e energia elétrica, mas também por aumentos significativos em itens como abacate, passagens aéreas e taxas de água e esgoto.
Com uma taxa de 0,92%, a cidade superou todas as outras regiões analisadas, incluindo capitais e regiões metropolitanas de grande importância econômica. Essa taxa, significativamente mais alta em relação às demais capitais e regiões metropolitanas pesquisadas, indica uma pressão mais intensa sobre os preços na cidade. A diferença notável em relação às demais regiões, como Porto Alegre (0,03%) e Grande Vitória (0,16%), reforça a posição de destaque de Rio Branco como o município com a maior inflação no período.
A disparidade entre as taxas sugere que a inflação em Rio Branco pode estar influenciada por fatores regionais distintos, como a dependência de produtos importados, infraestrutura logística limitada ou variações nos custos de produção e distribuição. Essa análise destaca a necessidade de um olhar mais aprofundado sobre os aspectos econômicos e estruturais que contribuem para essa elevada taxa de inflação na cidade.
O resultado da inflação é influenciado pelas variações específicas de cada grupo, que refletem a dinâmica dos custos de vida na regional e nacional. O grupo de Alimentação e Bebidas foi o principal responsável pela variação dos preços, embora com impactos diferenciados, em Rio Branco e no Brasil.
A pesquisa revela que a variação de 2,71% nesse grupo foi a mais expressiva entre todos os itens, pois tem um peso relevante de 23,39% no IPCA. Já no Brasil, a variação foi de 1,55% com um peso de 21,31%. Esses números evidenciam que a inflação em Rio Branco foi fortemente impulsionada pelo aumento de preços na alimentação e bebidas, configurando um cenário mais intenso em relação ao restante do país.
Veja o resultado dos grupos do IPCA:
- Alimentação e bebidas: 2,71%;
- Habitação: -0,61%;
- Artigos de residência: -0,20%;
- Vestuário: -1,27%;
- Transportes: 2,00%;
- Saúde e cuidados pessoais: 0,51%;
- Despesas pessoais: 0,98%;
- Educação: -0,11%;
- Comunicação: -0,26%.
Os pesquisadores destacam que esses dados reforçam a necessidade de políticas específicas para mitigar os impactos dessas variações nos custos de vida da população local.
Sobre a elevação dos preços dos alimentos, o estudo mostra que o abacate foi o item que mais surpreendeu, com aumento de mais de 59%. Outros produtos como o óleo de soja (10,35%), a costela (10,84%) e a passagem aérea (11,76%) também registraram aumentos significativos, com pesos mais elevados, o que refletiu diretamente nos custos de vida dos moradores de Rio Branco.
A taxa de água e esgoto (32,77%) foi outro destaque com um impacto considerável. Esses aumentos estão relacionados a políticas tarifárias, variações climáticas que afetam a produção agrícola, a desvalorização da moeda, que impacta os preços de importação e principalmente, o aumento significativo do preço das carnes.
E o que reduziu?
Entre os produtos que registraram quedas de preços estão a cebola (-12.19%) e o peixe – curimatã (-7.07%) foram os mais notáveis, influenciando positivamente o custo da alimentação. Já no setor de serviços, a energia elétrica residencial (-4.19%) também contribuiu para a redução da inflação, embora seu peso relativamente alto tenha indicado sua importância na composição do índice.
Essas variações negativas, no entanto, foram contrabalançadas por aumentos em outros produtos e serviços, resultando em uma dinâmica inflacionária diversificada.
Em suma, a inflação em Rio Branco em novembro deste ano foi marcada por uma complexa interação de fatores, com quedas de preços em alguns produtos essenciais como cebola e energia elétrica, mas também por aumentos significativos em itens como abacate, passagens aéreas e taxas de água e esgoto. Essa diversidade de variações reflete a natureza multifacetada da economia regional, influenciada por fatores locais, nacionais e até mesmo globais. A análise detalhada dessas mudanças é crucial para entender o comportamento da inflação e para a tomada de decisões por parte de governos, empresas e consumidores no município.
Previsões para dezembro
O mês de dezembro iniciou com aumento da inflação e da taxa de juros básica da economia. Espera-se que a inflação de 2024 seja superior ao teto da meta estipulada pelo Banco Central. Os analistas do mercado financeiro ajustaram a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,63% para 4,71% em 2024.
Essa revisão coloca a projeção acima do limite superior da meta de inflação, fixada em 4,50%. Os dados, obtidos por meio de uma pesquisa com mais de 100 instituições financeiras realizada na última semana, divulgados no relatório Focus e publicado no último dia 2 pelo Banco Central (BC).
O IPCA acumulado até novembro de 2024 em Rio Branco é de 4,36%, tendo o mês apresentado o maior aumento mensal de preços de 2024. A previsão para a inflação de dezembro é de 0,66%, com um intervalo de confiança de 95% entre -0,27% e 1,58%.
Esse intervalo reflete a incerteza da previsão, considerando os padrões históricos e a variabilidade dos dados. Com base na previsão realizada, espera-se que a inflação acumulada em Rio Branco para o ano de 2024 seja de aproximadamente 5,05%.