Startup pernambucana cria projeto para desmistificar o agronegócio

Por André Clemente – Diário de Pernambuco – 05/05/2018

Desmistificar o agronegócio pode causar um efeito transformador na economia. E por que não escolher crianças e adolescentes para isso? É a aposta do projeto Turminha do Agro, produzido pela startup pernambucana Mulungu Studio. Trata-se de um pacote educativo multimídia com o objetivo de mostrar, de forma lúdica, que existe um setor que é real, tem demanda profissional, oportunidades de negócios e pode, sim, ser a escolha de carreira inclusive de quem mora em zonas urbanas. O produto já tem premiações, indicações e integra programas de aceleração e mentoria, inclusive o InovAtiva 2018, programa nacional que reúne negócios inovadores de todo o país. O objetivo é entrar no mercado de educação, ajustando-se à demanda da grade curricular das escolas.

De acordo com Rogério Araújo, CEO da Mulungu Studio, a ideia inicial nem contava com a “turminha”. Era, na verdade, um projeto de um curso que realizou em ciências agrárias, para identificar oportunidades no campo para inserir tecnologia, tanto para agregar valor quanto para buscar a solução de problemas do setor. No projeto, ele é parceiro de Aline Omar.

“O primeiro ponto observado foi que faltava informação que chegasse aos jovens sobre o potencial de empreender no campo. Muita gente acha que trabalhar no campo é literalmente estar com a mão na terra ou diretamente com os animais. Mas tem áreas diversas, como químicas, engenharias, tecnologia, criação de softwares, que podem atender a demandas do agro e, sendo mostradas, podem seduzir muita gente a querer trabalhar nesse mercado”, pontuou Araújo.

Segundo ele, isso pode ser o motivo de tanta gente sair da zona rural em busca de oportunidade nos centros urbanos. “Esse êxodo rural tem reflexo na economia porque a não sucessão tem feito negócios familiares com gás de permanecer por gerações morrerem”.

O projeto veio na ideia de fazer o lúdico integrar os jogos pra desmistificar esse ambiente distante sobre o agro. Então, o conteúdo mostra detalhes, informações que podem ser úteis para um olhar diferente em relação a uma decisão de plantar. Como um clima certo para uma plantação errada, que pode fazer uma pessoa desistir de atuar no campo.

Um dos pontos é o agromedidas, jogo da memória simples, que mostra cartas com pares iguais, só que a aprendizagem ocorre com a mudança de medidas. Por exemplo: duas cartas com imagens iguais têm medidas equivalentes, como um hectare em uma carta e 10 mil metros quadrados em outra. Tudo relacionado ao tema das palestras e da cartilha da aula dada ao aluno, para que ele leve para casa e colecione o material.

Objetivo é levar conteúdo para a sala de aula

A priori, o sonho é colocar a Turminha do Agro nas escolas. A ideia é ser um pacote educativo, com cartilha, oficinas e jogos, para discutir e ensinar sobre os temas do agronegócio de forma integrada. Para tirar do papel, a empresa está aberta a investidores, patrocinadores ou clientes, adaptando o conteúdo, tamanho, quantidade de aulas e demais instrumentos à demanda do contratante. A flexibilidade do projeto é um diferencial.

De acordo com Rogério Araújo, a ideia era buscar investidores do setor rural, para que os assuntos fossem discutidos no conteúdo e saísse de forma gratuita para as escolas. “Na estrutura de negócio, a gente viu que pode tratar diretamente com a escola a partir do que ela precisa. É tudo temático e temos várias opções de jogos a serem integrados às oficinas ministradas. O pacote tem uma cartilha em quadrinhos, que o aluno pode levar para casa, colecionar e ter sempre à mão algo lúdico e com conteúdo. Qualquer jogo pode ser personalizado, com textos, caça palavras e afins. É a partir disso que vamos produzir”, destacou.

No setor corporativo, a parceria pode ser mais direcionada ao setor em que ela atua. “Uma empresa de café, por exemplo, pode nos fazer a encomenda e a gente trabalha o assunto no projeto Turminha do Agro, discutindo o segmento, as safras, as plantações e até o processo de fabricação para chegar à mesa. Todas as ideias são ouvidas e o programa é ajustável. O importante é disseminar a cultura do agronegócio”, detalha.

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