O presidente do Fórum Empresarial do Acre, José Adriano, se reuniu com o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, para uma conversa sobre a construção da Ferrovia Transcontinental na fronteira Brasil – Peru e possíveis parcerias comerciais. O encontrou ocorreu nesta quinta-feira, 19, na casa do embaixador em Brasília, no Distrito Federal.
Também participaram da agenda o senador Alan Rick; o presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Luiz Gonzaga; o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (Faeac), Assuero Veronez; e o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia, Assurbanípal Mesquita.
O empresário explicou que o encontro com o embaixador chinês é um desdobramento da visita às obras ao Porto de Chancay, durante a maior feira alimentos da América Latina, a Expoalimentaria, no mês de setembro. Uma das estratégias de segurança alimentar e energética da China, a obra no Porto de Chancay é considerada um marco para o comércio exterior mundial. A expectativa é de que a conclusão da primeira parte da obra reduza em 35 dias o tempo de viagem dos navios, que atualmente levam mais de 45 dias para chegar até a Ásia.
“Trocamos muitas informações para saber exatamente se a construção da Ferrovia Transcontinental na fronteira Brasil – Peru , que está sendo um investimento chinês no Brasil e Peru, contempla e vai passar pelo Acre, porque sempre foi um sonho nosso ter, nessa condição de transporte, uma redução do custo da nossa matéria-prima e do nosso produto importado e exportado, então, é vantajoso para a gente saber se isso de fato estava acontecendo”, disse.
José Adriano complementou que fez um convite para que o embaixador visite novamente o Acre para conhecer melhor o estado e os produtos em condições de exportação. Além disso, o grupo tratou sobre um possível encontro entre empresários acreanos e empresários chineses em São Paulo, promovido pela Câmara Empresarial Chinesa, localizada na capital paulista.
“O embaixador é uma pessoa muito agradável, se mostrou um profundo conhecedor da situação econômica e geopolítica do Brasil, e ficamos muito otimistas que em breve havemos de ter novos avanços nesse diálogo, sobretudo, com investimento, se Deus quiser, de empresas chinesas se instalando em nosso estado. Agora, essa é uma proposta que deve ser trazida na ponta dos dedos, com todo cuidado, fazendo toda a nossa parte, nosso dever de casa, e estamos contando com que isso aconteça, com o apoio do Governo do Estado e da bancada federal”, pontuou.
A reunião foi intermediada pelo senador da República Alan Rick. O parlamentar ressaltou que a reunião representou um momento importante de retomada do debate sobre a construção da ferrovia transoceânica. “É uma obra fundamental, não só de interligação do modal do ferroviário brasileiro que carece de investimento, mas, assim de tudo, para tornar o Acre, que além de ser um corredor, um estado importante no papel do comércio exterior brasileiro”, frisou.
O presidente da Aleac, Deputado Luiz Gonzaga, também falou da importância do encontro para retomar o diálogo sobre o projeto da ferrovia, que foi assinado em 2017 e não teve mais avanços. “Esse projeto tem que continuar, além disso, representa a parceria com a nossa bioeconomia. O embaixador se dispôs a ajudar e isso é muito importante porque vem alavancar a economia do Acre”, acrescentou.
O secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Estado, Assurbanípal Mesquita, disse que a agenda possibilitou o alinhamento de outras agendas e encontros com a Câmara Técnica de Comércio Exterior, uma possível participação de representantes acreanos em um feira de importação da China em 2024 e também um diálogo voltado para ações visando exportar produtos oriundos da bioeconomia, em especial na área de alimentos. “Podemos observar a compreensão que ele tem dessa expansão da China, no que chamam de Projeto do Cinturão de Rota, e a compreensão da importância da entrada da China nesse cinturão, de se conectar com a América do Sul e com o Brasil. Então, nossa proposta se conecta totalmente com isso, e na agenda pudemos entender melhor o olhar que a China está tendo, vimos ainda uma lacuna, de que o Brasil ainda não é signatário da parceria para esse cinturão”, complementou.