Observatório do Desenvolvimento

Boletim de Conjuntura Econômica do Acre

4º Boletim Econômico traz dados da inflação de agosto e painel de indicadores

O Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre lança mais uma edição do Boletim de Conjuntura Econômica nesta quarta-feira, 4. O 1º capítulo do 4º boletim está disponível para leitura e análise com dados da inflação do mês de agosto, o painel de indicadores, com um conjunto de indicadores socioeconômicos, e do Índice de Preço do Consumidor Amplo (IPCA). Os especialistas fazem uma análise desses dados a nível internacional, nacional e local.

Confira o estudo completo

Além da inflação e outros dados sobre a economia brasileira e acreana, os doutores em economia da Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (Fundape) abordam ainda o crescimento da demanda mundial, problemas associados aos preços do mercado de açaí, um diagnóstico das empresas acreanas e dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a produção de grãos no Acre.

Os capítulos são divulgados semanalmente. O estudo é uma parceria do Fórum Empresarial do Acre com os pesquisadores da Fundape.

Painel de indicadores

O primeiro tema abordado pelos especialistas é o painel de indicadores socioeconômicos do Acre. Algumas informações importantes são levantadas, sendo a primeira dela uma avaliação sobre a renda real por gênero e cor de pele no Brasil e no estado acreano.

A pesquisa mostra, por exemplo, que a mulher preta do Acre ganha mais de R$ 994 a menos que a mulher branca. Enquanto que a mulher preta ganha R$2.043,64, a mulher branca recebe R$ 3.038,00.

A nível de Brasil, a mulher branca R$ 3.224,51 e a preta R$ 1.953,73, ou seja, mais de R$ 1,2 mil a mais. “A gente observa que o Acre ainda tem um longo caminho para chegar ao nível de renda similar ao padrão nacional, principalmente quando a gente faz essa descrição por cor de pele e por gênero. É preciso ficar atento a essa análise”, destaca o professor e coordenador do grupo de especialistas da Fundape, Rubicleis da Silva.

Veja na imagem abaixo a avaliação completa e a discrepância entre rendimentos por gênero e cor de pele no Acre.

Renda real por gênero e cor de pele no Brasil e no Acre

Outra informação importante descrita pelos professores da Fundape é sobre o posto de empregos no Acre no mês de julho, quando o estado acreano ficou com saldo acumulado de 3.477 novos postos de trabalho criado dentro da economia. Foram 4.213 admissões e 3.472 desligamentos no mês avaliado, o que representa um saldo de 741 empregos.

O coordenador do grupo de pesquisa, professor Rubicleis da Silva, destaca que o crescimento líquido do emprego apresentou ótimos números em municípios pequenos, como Manoel Urbano, Senador Guiomard e Plácido de Castro. Enquanto o Estado teve um crescimento líquido de emprego de 5,7%, essas cidades tiveram crescimento de 20%.

“A notícia ruim fica por conta das cidades de Capixaba, Jordão, Acrelândia e Rodrigues Alves, que tiveram taxa negativa. Destacamos a cidade de Rodrigues Alves, que teve uma redução do crescimento líquido de emprego de 38%. O número de desempregados foi bem superior ao número de empregados. Precisamos destacar que a União, até agosto, já mandou mais de R$ 4 bilhões para o Acre, que é um dos estados que depende dos repasses federais para sobreviver”, frisou o especialista.

Inflação acreana

Sobre a inflação de agosto, o estudo mostra que o mês fechou em 0,44%, enquanto que a nacional fechou em 0,23%. Conforme o levantamento, o item que mais impacta na inflação no Acre é o transporte, seguido dos itens saúde e cuidado pessoal

“Transporte teve um aumento de janeiro a agosto de 6% e saúde e cuidados pessoais de 5,1%. Devemos prestar muita atenção nisso. É válido a gente destacar que em agosto habitação teve uma variação bastante expressiva de 1,96%”, diz o professor.

Outros itens também apresentaram aumentos significativos. Dois são destacados no estudo. “A caipirinha ficou muito mais cara no Acre. Só o limão teve um aumento de 42% e o açúcar refinado de 6,61%. Já sobre redução, o feijão carioca diminuiu 11,75% e a laranja 10,19%. A péssima notícia vai para o índice de disfunção da inflação no mês de agosto que foi maior que do mês de setembro. Isso indica que tivemos mais preços aumentando na economia do que reduzindo”, finalizou.

 

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on linkedin
plugins premium WordPress