ENGENHARIA 360 – 28/04/2019
A meta de Costa Rica é limpar sua matriz energética. Nos primeiros 75 dias deste ano o país utilizou apenas energia renovável em seu abastecimento. Como Costa Rica conseguiu realizar esta façanha? Por que o Brasil ainda não chegou lá?
A resposta é simples. Um período de fortes chuvas contribuiu para que as represas de Costa Rica ficassem cheias. Além disso, fontes de energia geotérmica, eólica, solar e biomassa contribuíram para o abastecimento energético, evitando o uso de combustíveis fósseis. No país, 80 % da matriz energética é composta por hidrelétricas e 20% por outras fontes renováveis, sendo que uma usina é abastecida pelo vapor de um vulcão que se encontra dormente.
Mas, o problema é o mesmo encontrado no Brasil: se faltar água, o abastecimento energético fica comprometido. Por isso, Costa Rica está investindo em energia eólica e geotérmica. O programa de energias limpas de Costa Rica é conhecido como 4E: Energías Renovables y Eficiencia Energética en Centroamérica. Este programa, como o nome diz, foca em projetos e implementação de energias renováveis, além de contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.
Não só ambientalmente correta no setor energético, Costa Rica também tem destaque em seus esforços para a preservação ambiental. Não dá para comparar Brasil e Costa Rica, principalmente pela extensão territorial e pelo número de habitantes, mas podemos fazer algumas ponderações. Mesmo com um número pequeno de habitantes como em Costa Rica (aproximadamente 5 milhões), é difícil um país alcançar 100% de energia renovável.
De acordo com o Balanço Energético Nacional, em 2013 o Brasil teve 42,4% de participação de energias renováveis na matriz energética. Recentemente, a geração de energia eólica também teve um crescimento, além do maior uso de biocombustíveis, ambos contribuindo para esta porcentagem.