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Economia informal emprega mais de 60% da população ativa no mundo

Por EFE – 30/04/2018

Maioria dos trabalhadores está na economia informal em países emergentes e em desenvolvimento

Genebra – A economia informal emprega mais de 61% da população ativa no mundo, ou seja, 2 bilhões de pessoas, segundo um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicado nesta segunda-feira.

Grande parte desses trabalhadores – 93% – estão na economia informal em países emergentes e em desenvolvimento, e a maioria deles carece de proteção social, de direitos no trabalho e de condições de trabalho decentes, afirmou a OIT.

A organização evidencia que a transição para a economia formal “é uma condição para tornar realidade o trabalho decente para todos”.

Se for excluída a agricultura, metade da população economicamente ativa tem um emprego informal, segundo o relatório.

Por regiões, na África, 85,8% dos empregos são informais, enquanto na Ásia e no Pacífico a proporção é de 68,2%. Já nos países árabes esse número chega a 68,6%, enquanto nas Américas o percentual é de 40% e de 25,1% na Europa e na Ásia Central.

Por gênero, o trabalho informal é uma maior fonte de emprego para os homens (63%) do que para as mulheres (58,1%), pois entre os 2 bilhões de trabalhadores que ocupam um emprego informal no mundo, pouco mais de 740 milhões são mulheres.

As mulheres estão mais expostas ao emprego informal na maioria dos países de renda baixa e renda média-baixa e, com maior frequência, se encontram nas situações mais precárias.

O grau de escolaridade é um fator determinante no nível de informalidade, destacou a OIT.

Em escala mundial, quanto mais aumenta o nível educacional, mais baixa é a informalidade, segundo o relatório.

Assim, as pessoas que concluíram os ensinos médio e superior têm menos possibilidades de ocupar um emprego informal que os trabalhadores que não têm nenhuma instrução ou que só finalizaram o ensino fundamental.

As pessoas que vivem nas regiões rurais têm quase o dobro de probabilidade de estarem empregadas na economia informal do que as que vivem nas áreas urbanas, e a agricultura é o setor com o nível mais alto de emprego informal, estimado em mais de 90%.

Dois dos autores do relatório, Florence Bonnet e Vicky Leung, assinalaram que, apesar de nem todos os trabalhadores informais serem pobres, a pobreza é tanto uma causa como uma consequência da informalidade.

“As pessoas pobres enfrentam taxas de emprego informal mais altas, e as taxas de pobreza são mais altas entre os trabalhadores na economia informal”, explicou Leung.

Bonnet, por sua vez, indicou que “existe a necessidade urgente de combater a informalidade”, pois para centenas de milhões de trabalhadores, ela implica em uma falta de proteção social, de direitos no trabalho e de condições de trabalho decentes, e para as empresas significa baixa produtividade e falta de acesso ao crédito”.

“A elevada incidência da informalidade é um grande desafio para a realização de trabalhos decentes para todos e para o desenvolvimento inclusivo e sustentável”, concluiu Bonnet.

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