Observatório do Desenvolvimento

Boletim de Conjuntura Econômica do Acre

Especialistas avaliam as evidências da movimentação criminal no Acre em edição especial do Boletim Econômico

Taxas de homicídios do Acre e do Brasil são analisadas no Boletim Econômico

Criminalidade no Acre e no Brasil, os índices de violência, evolução temporal da taxa de homicídios por 100 mil habitantes e uma análise minuciosa de dados que colocam o Acre entre os estados mais violentos do país. Esses são os assuntos abordados na edição especial do Boletim de Conjuntura Econômico divulgado pelo Fórum Empresarial do Acre nesta sexta-feira, 27. O estudo foi elaborado pelos professores da Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (Fundape) em parceria com o Fórum.

Leia o estudo completo aqui.

“Objetivando identificar os movimentos de curto prazo do nível de violência do Acre, este trabalho utilizou o método de componentes principais para criação do Índice de Movimentação Criminal (IMC), composto de duas variáveis, homicídios e roubos”, diz parte do estudo.

Os especialistas dados sobre a criminalidade disponibilizados pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) e a Polícia Federal do Acre.

A briga entre as facções criminosos por territórios de venda de drogas no Acre aumentou a violência significativamente a partir de 2015. Gráficos, tabelas e figuras apresentadas no estudo mostram como a taxa de violência por município acreano.

“No tocante à análise interestadual, no período de 2012 a 2022, a figura 3 indica que a situação, em determinados municípios acreanos, é extremamente preocupante, pois de 2012 a 2022, a taxa de média de homicídios por 100 mil habitantes no Brasil foi de aproximadamente 26,4 homicídios. Grande parte dos municípios acreanos apresentam taxas superiores à média nacional no período avaliado”, destaca.

Os municípios de Capixaba, Sena Madureira e Assis Brasil mostram taxas de homicídios alarmantes. Segundo os especialistas, a análise da dinâmica temporal das taxas de homicídios municipais é um forte indício da interiorização do crime no Acre, que seria em função da disputa pelas rotas de tráfico de drogas e domínio do comércio interestadual.

O Acre faz fronteira com o Peru e a Bolívia, grandes produtores de cocaína. Por conta da extensa fronteira aberta entre os países, os especialistas ressaltam que a taxa de apreensão de cocaína, por 100 mil habitantes do Acre, está entre as maiores do Brasil. “Observe-se que os estados com as maiores taxas de apreensão são estados que possuem grande área de fronteira internacional”, confirma.

Os professores ressaltam no estudo que existe uma forte relação entre os indicadores de segurança pública e desenvolvimento econômico. Na maioria das vezes, baixas taxas criminais estão associadas a elevados indicadores socioeconômicos. “Neste cenário, é necessário destacar que o Acre apresenta baixa renda per capita, alta concentração de renda e elevadas taxas de extrema pobreza”.

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