O mundo está em constante evolução e com ele o mercado de trabalho. A transformação digital e a Indústria 4.0 remodelam as carreiras e trazem novas oportunidades. Para debater os desafios e as oportunidades que essas profissões trazem, o Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre, em parceria com o Sebrae/AC, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), a Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC) e Senai/AC, realizou o Seminário Profissões do Futuro, nessa quinta-feira, 23.
Três especialistas, de São Paulo, Brasília e do Acre, palestraram sobre como as profissões do futuro são importantes para empresas e setores em expansão, a alta demanda e as boas oportunidades profissionais para aqueles que optam por essas carreiras.
O evento ocorreu no auditório da FIEAC, faz parte da Semana da Indústria e abordou os seguintes temas:
- Profissões do Futuro: Desafios e Oportunidade, palestrada ministrada pelo superintendente do Observatório Nacional da Indústria na Conferência Nacional da Indústria (CNI), Marcio Guerra, do Distrito Federal (DF);
- Impactos das Profissões do Futuro na Economia do Acre, com o pós-doutorado em economia da Universidade Federal do Acre (Ufac) Rubicleis Gomes;
- A inteligência Artificial Aplicada aos Pequenos Negócios, ministrada pelo consultor de inovação e tecnologia, empreendedor e investidor André Nunes, de São Paulo, convidado pelo Sebrae/AC.
Participaram das palestras estudantes de cursos do Senac/AC, do Senai/AC, da Ufac, do Centro Universitário do Norte (Uninorte), além de secretários de Estado, representantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), do Conselho Regional de Administração do Acre (CRA-AC), da Secretaria de Fazenda do Acre (Sefaz), Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), da Prefeitura de Rio Branco, Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), do Instituto Estadual de Educação Profissional e Tecnológica (Ieptec), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faeac), entre outros.
O presidente do Fórum e da FIEAC, José Adriano, abriu o evento destacando que o debate tinha como objetivo de fazer uma provocação sobre a necessidade de a juventude estar atenta ao avanço do mundo tecnológico e a necessidade de rejuvenescer a capacidade cognitiva. O presidente ressaltou ainda que algumas profissões tradicionais devem desaparecer futuramente e a sociedade precisa ser preparada para a mudança.
“O exemplo disso é o que a gente pode ver logo depois da pandemia, avançamos 20 anos em dois do ponto de vista dessas ferramentas. Muita gente, olhando para o interior do nosso estado, se via com muita dificuldade de se conectar e de conversar e hoje a gente já vê isso dentro de um formato muito rápido, não precisamos nos deslocar de um local para o outro para resolver determinadas situações. Do ponto de vista profissional, é a mesma coisa. A parte da educação evoluiu muito, temos inúmeros conteúdos à disposição, é um universo a ser descoberto por essa juventude e a gente quer fazer um alerta para todos que estão aqui para dizer: ‘O que vocês estão vendo hoje, talvez essa profissão não exista e você pode estar no caminho errado. Então é melhor você ficar atento a essas mudanças’”.
Em sua fala, José Adriano agradeceu ainda ao presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, pela participação do superintendente do Observatório Nacional da Indústria da CNI, Marcio Guerra, um dos palestrantes do seminário. No discurso, o presidente do Fórum e da FIEAC explicou que a pandemia nos ensinou que é possível continuar trabalhando e entregando resultados positivos, seja de forma virtual ou híbrida, sem a necessidade de se ter grandes estruturas para esses trabalhadores.
“Então, a gente pode também descobrir uma forma de reduzir esse custo de manutenções de veículos, estruturas de gabinete, de grandes estruturas no estado para a gente reinvestir essa economia na educação e no investimento em ferramentas tecnológicas para dar acesso, inclusive, elevando o nível de transparência. Agora olhando para as profissões tradicionais, a gente espera também que as nossas universidades, os cursos à distância, comecem a considerar isso dentro de uma realidade em que você pode sim estar aqui no Acre e estar empregado em uma empresa do sul do país ou até mesmo de fora do país. E aí sim nós vamos trazer um novo formato de empregabilidade diferente do tradicional. É isso que a gente quer colocar para essa juventude aqui”.
Veja o que falaram os palestrantes e demais participantes
Secretário de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) – Assurbanípal Mesquita: “Estou representando o Governo do Estado, que tem essa parceria com a Federação das Indústrias e o Fórum. Estamos na Semana da Indústria, celebrando o setor industrial com vários eventos. Esse evento, a meu ver, é um dos mais importantes porque projeta o que mais a indústria precisa e vai precisar, que é a mão de obra do futuro. Vocês jovens, vão absorver isso. A profissão do futuro já é do presente, já temos uma série de tecnologia em nosso dia a dia e quero parabenizar o Fórum e a FIEAC por trazer isso porque já está presente, não percebemos, e se nós, principalmente vocês estudantes não se apoderarem disso, na hora de chegar no mercado de trabalho podem ficar ociosos e ter dificuldade de conseguirem trabalho. Vão ver outras pessoas conseguindo as oportunidades dispostas”.
Superintendente do Observatório Nacional da Indústria na Conferência Nacional da Indústria (CNI) – Marcio Guerra: “Falamos um pouco sobre o futuro do mercado de trabalho, que transformações estão sendo aceleradas ainda mais o processo pelo mundo e que vão ser realidade em nosso país, e é importante que a juventude esteja atenta ao que vai acontecer nesse mercado de trabalho novo, como a tecnologia vai transformar esse novo trabalho e a necessidade de se manter qualificado o tempo todo. A primeira vez que falamos de inteligência artificial acho que tem uns 75 anos, e isso demorou tempo para chegar, só que agora as coisas estão acontecendo com uma velocidade muito grande e a cada dia a gente é surpreendido com novas tecnologias, processos mais inteligentes e precisamos pensar qual o novo papel que vamos desempenhar nessa sociedade que deve mudar de uma forma muito acelerada nos próximos anos”.
Pós-doutorado em economia da Universidade Federal do Acre (Ufac) – Rubicleis Gomes: “As profissões do futuro com certeza vão impactar de forma positiva e negativa no mercado de trabalho, algumas serão extintas, outras vão surgir. O que a gente tem muito certo é que o perfil vai mudar. O perfil do futuro é um perfil que vai falar inglês fluente, saber informática, saber programar, entender de economia, de estatística, de administração, isso para a área de negócios. Agora, a gente também tem que entender que a população brasileira está envelhecendo. Eu acho que vocês já começam a ver um fenômeno de nós termos mais fraldas geriátricas nas farmácias, então, vamos precisar de muitos cuidadores de idosos no século 21. Essa é uma realidade já da Europa, e vai chegar aqui ao Brasil o mais breve. Então isso são profissões de futuro para pessoas com diversas características que estão presentes hoje no mercado”.
Consultor de inovação e tecnologia, empreendedor e investidor – André Nunes: “Estamos aqui para falar um pouco sobre o uso de inteligência artificial, mas muito no contexto de implementação para negócios locais, negócios regionais. Então, a ideia é, a partir da minha experiência de ter atuado com grandes corporações, com grandes companhias, que a gente desdobre essas tecnologias e entenda como um empresário local pode alavancar os resultados que ele tem através da tecnologia de inteligência artificial. Esses setores estão cada vez mais sendo enriquecidos com dados, com informações, e a gente tem hoje algoritmos específicos que permitem empresários entenderem como melhorar os seus serviços, melhorar aquilo que oferecem a partir do uso dessa inteligência artificial. Então, existe sim uma série de práticas passo a passo em que essas companhias podem preparar os seus profissionais, então, primeiro cuidar das pessoas, depois estabelecer processos e, ao final, implementar tecnologia para ganhar escala dessas melhorias”.