Pesquisa apresenta custo de produção e indicadores econômicos e financeiros do café robusta no Acre

Indicadores técnicos da produção do café tecnificado do Acre foram apresentados por analista da Embrapa

O Fórum Empresarial do Acre, por meio do Grupo de Trabalho de Cafeicultura, convidou o analista da área de prospecção de negócios e avaliação de tecnologia da Embrapa, Márcio Bayma, para uma apresentação sobre o ‘Custos de Produção e Indicadores Econômico-financeiros de Sistemas de Produção Tecnificado de Café Robusta no Estado do Acre’. 

A pesquisa foi conduzida com base em métodos quantitativos e qualitativos, envolvendo especialistas da área e cafeicultores locais. Os dados levantados abrangem custos de produção, depreciação de equipamentos, custo de mão de obra, logística, entre outros fatores, e foram apresentados durante reunião do grupo de trabalho na Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Acre.

Para levantamento dos dados, os pesquisadores conversaram com produtores do Ramal Granada e no município de Acrelândia, sobre a importância da discussão sobre os custos de produção da cadeia produtiva do café na região.

São dados novos, com o advento do café colonial, maior adensamento entre plantas, clones mais produtivos, sentimos a necessidade de fazer esse trabalho e apresentar para o setor.

Durante a apresentação, foram destacados os principais custos anuais por saca de café (60 kg) nessas regiões, concentrados, principalmente, nos setores de serviços e insumos. Estima-se que o custo médio total anual seja de R$ 51.901,16, sendo:

• R$ 26.912,80 destinados ao setor de serviços, como colheita e estiagem;
• R$ 17.161,14 para aquisição de insumos agrícolas.

Com base nesse levantamento, o custo médio por saca (ano-safra) foi estimado em R$ 597,81, dos quais:
• Cerca de 52% referem-se aos serviços;
• Aproximadamente 33% correspondem aos insumos

Analista da área de prospecção de negócios e avaliação de tecnologia da Embrapa, Márcio Bayma, fez uma apresentação durante a reunião do Grupo de Trabalho de Cafeicultura

Principais gargalos do setor
Foram apontados os seguintes gargalos, tanto tecnológicos quanto não tecnológicos, que afetam o
desempenho da cafeicultura na região:
• Falta de infraestrutura e transporte adequado;
• Acesso restrito a linhas de crédito e financiamento;
• Ausência ou fragilidade de cooperativas locais;
• Precariedade dos canais de comercialização;
• Presença de grandes áreas de desmatamento ilegal;
• Baixa adoção de técnicas avançadas de manejo;
• Acesso limitado a mudas clonais de variedades melhoradas geneticamente;
• Estrutura insuficiente de pesquisa e extensão rural;
• Carência de capacitação técnica e tecnológica para os produtores

Potencial de Retorno Econômico
Apesar dos desafios enfrentados, a cafeicultura no estado do Acre demonstra grande potencial de lucratividade. De acordo com estimativas dos pesquisadores:
Com um custo médio de R$ 1.380,00 por saca, em um cenário favorável, o retorno do investimento poderia ocorrer em cerca de 2,7 anos, com uma taxa de retorno de 120%.  Em um cenário mais conservador, com custo médio de R$ 800,00 por saca, o retorno ocorreria em aproximadamente 4,1 anos, com uma taxa de 38%, superior à taxa mínima exigida pelos bancos para aprovação de investimentos.

 

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