Por TecMundo – 08/10/2018
A tecnologia de reconhecimento facial avança a cada ano, possibilitando que dispositivos como smartphones, por exemplo, identifiquem o rosto de seus donos para que possam acessar o aparelho. Sistemas com essa tecnologia também são usados na segurança, podendo visualizar pessoas específicas no meio de multidões. Mas e se eu contasse que o reconhecimento facial também funciona com peixes e que isso pode evitar uma catástrofe na indústria da pesca?
Pois é isso que está acontecendo: para evitar epidemias de piolhos do mar – parasitas marinhos que podem dar prejuízos de bilhões para criadores de salmão –, a Cermaq, uma imensa fazenda de salmões da Noruega, está empregando um sistema de reconhecimento facial que vai identificar individualmente seus peixes para analisar se possuem piolhos do mar e criar um histórico de cada um dos animais.
Vendo tudo e todos
As câmeras são capazes de fazer uma varredura tridimensional das cabeças dos peixes e identificá-los por meio de elementos que os tornem únicos, como padrões de pintas nas escamas em torno dos olhos dos salmões e os formatos e posicionamento de suas bocas e guelras. Os peixes que estiverem com piolhos do mar serão prontamente retirados do convívio com os outros e tratados devidamente. A empresa responsável pela tecnologia é a BioSort.
“Concluímos nove meses de testes em um pequeno curral com 2 mil peixes e comprovamos que os princípios funcionam, mas também aprendemos que eles não são completamente precisos”, disse Geir Hauge, CEO da BioSort, em um comunicado por e-mail. “Planejamos iniciar um novo teste com 10 mil peixes em novembro e, em paralelo, estamos nos preparando para testes em grandes baias comerciais com de 150 mil a 200 mil peixes”.
A Cargil, gigante norte-americana da agricultura, também tenta usar um sistema de identificação na criação de vacas para ajustar componentes alimentícios da dieta dos animais com o objetivo de aumentar a produção de leite.