Por Galileu – 04/11/2016
A arquiteta Mariana Bittencourt, de 31 anos, nunca pensou em abrir o próprio negócio. Um curso de verão na Universidade Paris Saclay, onde atualmente cursa pós-graduação em Economia Ecológica, a fez mudar de ideia.
Há dois anos, ela conheceu o cientista francês Emmanuel Thiéry, que viria a se tornar seu sócio na startup Cophenol, criada para dar um fim sustentável aos resíduos agrícolas. Com um processo chamado pirólise — combustão em alta temperatura —, eles transformam os compostos em biogás, combustível renovável e biocarvão, responsável por equilibrar a acidez dos solos e que pode até virar fertilizante.
Agora, Bittencourt quer atuar no cerrado de Minas Gerais, transformando os restos da produção de café em biocarvão. “Encontramos empresas que trabalham com pirólise na Europa, mas no Brasil ainda não. Queremos desenvolver um produto que funcione como composto mineral e reduza os custos das cooperativas locais”, explica.
A Cophenol tem feito sucesso na França. No ano passado, eles faturaram a primeira temporada do French Tech Ticket, uma competição entre startups. Com mais de 700 concorrentes, o projeto ficou entre os 23 melhores. Ganharam um financiamento de 45 mil euros. Desde janeiro, Bittencourt e Thiéry participam de aulas, eventos e encontros para acelerar o crescimento da empresa: “É um processo de tentativa e erro. O principal é acreditar no que desenvolvemos.”